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Da Cadeirada de Marçal à demissão de Tallis Gomes: O que essas polêmicas nos ensinam sobre marketing digital
Milionário Renegado - Edição 002
Seja bem-vindo à edição 002 da newsletter Milionário Renegado.
Nesta edição, você irá descobrir:
• O que a cadeirada de Marçal e a demissão de Tallis Gomes nos ensinam sobre marketing na era digital.
• A armadilha psicológica que te faz defender ideias, mesmo quando elas estão erradas.
• O poder do “viés de confirmação” e como ele molda nossas crenças e percepções.
• O porquê de tentar agradar a todos é uma estratégia fadada ao fracasso no marketing.
• A estratégia que usei para gerar mais de 5 milhões em vendas com um único anúncio.
E claro, vou mostrar como você pode usar esses insights para criar campanhas de marketing poderosas que convertem por anos, focando naqueles que já estão predispostos a acreditar em você e no que você oferece.
Continue lendo para aprender como aplicar a psicologia e o comportamento humano para turbinar suas estratégias de marketing digital.
Marçal vs. Datena
Em um debate político, Pablo Marçal, conhecido por sua postura firme e seu discurso de autoajuda e mentalidade empreendedora, estava em plena troca de farpas com seu adversário, o apresentador Datena. Até aí, tudo dentro do esperado em um debate político.
Porém, o clima esquentou quando Marçal disse que “Datena não era homem” e este, em um surto de raiva, arremessou uma cadeira em Marçal.
A cena, que parecia uma cena do programa do Ratinho, chocou os presentes e viralizou. Marçal, que prega o autocontrole e a mentalidade de “vencedor”, agora estava no centro de uma confusão caótica.
Tallis Gomes e o “Deus Me Livre de Mulher CEO”
Enquanto isso, no mundo empresarial, Tallis Gomes — fundador do G4, uma das empresas de educação executiva mais respeitadas do Brasil — também se viu no meio de uma polêmica, mas essa foi nas redes sociais.
Em um story do Instagram, ele foi questionado se se casaria com uma mulher CEO. Sua resposta foi um sonoro: “Deus me livre de mulher CEO”.
O comentário, refletindo sua preferência sobre uma escolha pessoal, não caiu nada bem. A reação foi imediata. Críticas choveram de todos os lados, chamando Tallis de machista e misógino, gerando uma crise de reputação tão forte que ele decidiu renunciar ao cargo de CEO da empresa que fundou.
Dois incidentes aparentemente desconectados, mas que têm um ponto em comum, um homem chamado Peter Wason…
Por que as pessoas defendem algumas ideias, mesmo quando elas estão erradas?
Nos anos 60, Peter Wason era um jovem psicólogo inglês que sonhava em revolucionar a psicologia. Naquela época, estudiosos como ele tentavam entender como o cérebro humano processa informações, toma decisões e, claro, comete erros.
Mas Wason estava particularmente intrigado com uma pergunta simples:
Por que as pessoas acreditam tão firmemente em suas ideias, mesmo quando estão claramente erradas?
Ele decidiu conduzir um experimento que mudaria para sempre o entendimento sobre como nossas mentes funcionam.
Então, reuniu um grupo de voluntários e os apresentou a um desafio aparentemente trivial, mas que guardava uma armadilha intelectual.
Wason deu aos participantes uma sequência de três números: 2, 4 e 6.
Ele então pediu a eles que descobrissem a regra que determinava a sequência.
Os participantes podiam testar suas hipóteses propondo novas sequências, ao que Wason responderia se aquelas sequências seguiam ou não a regra.
A maioria das pessoas rapidamente pensou que a regra era “números que aumentam em dois”.
Então, para testar isso, propunham sequências como 8, 10, 12 ou 20, 22, 24.
E Wason confirmava que essas sequências seguiam a regra. Satisfeitos, eles concluíram que estavam corretos.
Porém, havia um detalhe crucial: a verdadeira regra não era “números que aumentam de dois”. Na verdade, a regra era muito mais simples — qualquer sequência de números crescentes servia.
Mas o que Wason percebeu foi que, ao invés de testar sequências que pudessem refutar sua hipótese, como 1, 2, 3 ou 5, 7, 9, as pessoas continuavam propondo apenas sequências que confirmavam o que já acreditavam.
Isso era mais do que um erro comum. Era um padrão de comportamento.
As pessoas não estavam buscando a verdade, estavam buscando provas de que suas suposições estavam corretas.
Wason acabou revelando uma verdade profunda sobre a mente humana: temos uma tendência natural a ignorar informações que possam desafiar nossas crenças, enquanto buscamos ativamente tudo o que as reforce.
Não importava o quanto as evidências contrárias fossem claras, nosso cérebro continua a focar naquilo que já acreditava ser verdade.
Essa descoberta lançou luz sobre uma falha cognitiva que, décadas depois, ainda molda profundamente nossa forma de pensar e de agir — e, como veremos, afeta também o modo como consumimos e processamos informações na era digital.
Chamamos isso de viés de confirmação.
O Viés de Confirmação na Era Digital
Hoje, com algoritmos das redes sociais e o comportamento humano reforçando bolhas de opiniões, o viés de confirmação se tornou uma força poderosa que influencia desde decisões políticas até a percepção sobre figuras públicas e empresários.
As plataformas digitais nos oferecem um ambiente no qual podemos facilmente filtrar o que vemos e interagir apenas com conteúdo que já esteja alinhado com nossas crenças.
Isso cria um ciclo fechado: quanto mais consumimos conteúdo que reafirma o que pensamos, mais fortalecemos nossas crenças, e menos estamos dispostos a ouvir o lado oposto.
E é aqui que voltamos aos casos de Pablo Marçal e Tallis Gomes.
No caso de Pablo Marçal, se você acredita na imagem dele como um líder forte, alguém que prega o autocontrole e a força mental, a cadeirada se torna o símbolo de um ataque injusto.
É a confirmação de que ele está incomodando os “poderosos”, que não sabem como lidar com a verdade que ele carrega e que Datena é um desequilibrado.
E quem já estava do lado dele só vê a cena como mais um motivo para apoiá-lo ainda mais.
Agora, se você sempre achou que Marçal é arrogante, manipulador, ou um falso guru… Então, o Datena é quem foi a vítima, pois apenas reagiu quando foi provocado. E com isso, o episódio da cadeirada reforça a sua visão. Para você, isso é apenas uma consequência de suas ações.
Com Tallis Gomes, acontece o mesmo fenômeno.
Quem o admirava como um empresário inovador e disruptivo, que sempre falou o que pensa… Viu no texto dele a verdade sobre o que acontece com muitas mulheres que se tornam CEOs de empresas multinacionais que vivem num ambiente de enorme pressão, com longas jornadas de trabalho exaustivas que as deixam sem tempo para se dedicar a uma família.
Esse grupo percebeu o episódio como mais uma confirmação de que o “politicamente correto” está fora de controle, que os fatos foram distorcidos por uma cultura de cancelamento exagerada e que Tallis só foi mais uma vítima.
Por outro lado, aqueles que já viam Tallis como alguém arrogante ou com uma mentalidade ultrapassada, olharam para esse comentário como uma confirmação de suas críticas.
Para esse grupo, o episódio do “Deus me livre, mulher CEO” foi a prova final de que ele via as mulheres como inferiores, incompetentes para ocupar um cargo de CEO e era, de fato, um machista que deveria ser punido.
Pregue para os convertidos
No marketing digital, tentar agradar a todos é uma armadilha perigosa e a receita garantida para o fracasso.
Seu produto não precisa (e não vai) agradar a todos.
Em vez disso, você deve falar diretamente com aqueles que já estão predispostos a acreditar no que você diz.
Quando alguém já acredita em você, no que você representa ou no que você vende, essa pessoa está constantemente procurando por sinais e evidências que reforcem sua crença.
Cada conteúdo que você publica, cada produto que você lança, é uma oportunidade para reafirmar o que eles já sentem sobre você.
Para os crentes, você não está apenas vendendo um produto ou serviço; você está alimentando uma visão de mundo com a qual eles se identificam profundamente.
Quando lancei a Clientes de Alto Valor, minha principal estratégia foi produzir conteúdos que destacavam as vantagens que profissionais e especialistas teriam em cobrar mais caro pelos seus serviços.
Um dos meus anúncios mais famosos foi chamado de A Armadilha da Garoto, onde eu comparava duas marcas de chocolate — Garoto e Kopenhagen — e terminava com uma provocação: “Você quer ser Garoto ou Kopenhagen?”, fazendo uma alusão aos preços e ao posicionamento de ambas as marcas.
Esse anúncio gerava uma enorme conexão com as pessoas que acreditavam que serviços de qualidade superior deveriam custar mais. Ele falava diretamente para profissionais que sabiam que seus serviços valiam mais do que o preço que estavam cobrando e, por isso, mereciam cobrar mais pelo tipo de entrega que faziam.
Esse anúncio rodou durante três anos, e não seria exagero dizer que ele sozinho tenha gerado mais de 5 milhões de reais em vendas para o nosso negócio.
Quando você foca nos crentes, você não só atrai aqueles que compartilham sua visão, mas também afasta aqueles que não estão alinhados.
E essa é a chave: eles NÃO precisam ser convencidos, precisam apenas de uma confirmação de que você é a escolha certa.
A melhor estratégia sempre será vender para quem já está predisposto a acreditar em você. Essa estratégia não apenas cria uma audiência leal, mas também transforma suas campanhas em máquinas de vendas que geram resultados ao longo de anos.
E talvez você esteja se perguntando:
“Como explicar o fato de Tallis Gomes ter sido demitido da própria empresa por emitir uma opinião?”
Bom, isso é assunto para uma próxima edição.
Pense Grande,
Sandro.
📧 Sobre o Milionário Renegado
Ser um “Milionário Renegado” é ter disposição, conhecimento e as estratégias corretas para transformar um negócio comum em uma máquina de fazer dinheiro, gerando riqueza e liberdade.
Nesta newsletter, compartilho insights contra-intuitivos desenvolvidos ao longo de 30 anos sobre como atrair dinheiro de forma mais rápida, fácil e abundante, para alcançar verdadeira prosperidade e independência financeira.
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