Por que alguém pagaria R$35 milhões por uma "banana”?

Milionário Renegado - Edição 009

Por que alguém pagaria R$35 milhões por uma "banana”?
Milionário Renegado - Edição 009

Essa semana, uma notícia gerou grande discussão no mundo da arte.

O motivo?

A obra de arte "Comedian", do artista italiano Maurizio Cattelan, que consiste em uma banana presa à parede com fita adesiva, foi arrematada por 35 milhões de reais.

A maioria dos debates girou em torno de se a banana vale ou não os R$35 milhões, ou se poderia ser considerada uma obra de arte.

Bom, eu tive um negócio de antiguidades, sou amigo de vários antiquários, participei de leilões de arte e conheci muitos artistas e colecionadores.

Poderia discutir esse assunto sob diversas perspectivas, a maioria delas inúteis como forma de aprendizado.

Por isso, quero mostrar como você pode enxergar estratégias e lições importantes que pode aplicar nos seus negócios imediatamente.

Quem é Maurizio Cattelan?

Maurizio Cattelan não teve formação formal em arte, mas começou sua carreira criando móveis e objetos decorativos antes de ingressar no mundo das artes plásticas. Durante a década de 1990, consolidou sua reputação internacional com peças que misturavam performance, escultura e instalação.

Seu trabalho é frequentemente descrito como subversivo, pois desafia o público a questionar normas e crenças estabelecidas. Ele é amplamente reconhecido por:

  • Desafiar os limites do que é considerado "arte".

  • Usar o humor como ferramenta de crítica social.

  • Criar peças que transcendem o espaço artístico e se tornam fenômenos culturais.

Cattelan também é conhecido por sua relutância em explicar o significado de suas obras, preferindo deixar o público interpretar. Em algumas entrevistas, ele se autodenomina "um fracassado", ironizando sua própria fama no mercado de arte.

Ele lançou algumas outras obras icônicas:

  1. "Love Lasts Forever" (1997)
    Uma série de anúncios falsos de perfumes e produtos de consumo, questionando os limites entre arte, marketing e capitalismo.

  2. "Him" (2001)
    Uma escultura controversa retratando Adolf Hitler ajoelhado em oração.

  3. "America" (2016)
    Um vaso sanitário funcional feito de ouro maciço, exibido no Museu Guggenheim e roubado durante uma exposição no Reino Unido. A peça era uma crítica à desigualdade econômica.

  4. "Comedian" (2019)
    Uma crítica ao valor atribuído à arte contemporânea e à cultura de consumo. A banana colada na parede com fita adesiva foi inicialmente vendida por 780 mil reais. Segundo Cattelan, o objetivo da peça era provocar um debate sobre o valor absurdo que algumas obras podem alcançar, desafiando as noções tradicionais do que é "arte".

Mais do que um artista, Cattelan é um exímio marketeiro, que sabe como ninguém atrair a atenção da mídia no mundo inteiro.

A Sotheby’s: Uma casa de leilões histórica

A obra "Comedian" foi leiloada pela Sotheby’s, uma das mais prestigiadas e antigas casas de leilão do mundo.

  • Fundada em 1744 por Samuel Baker, em Londres, começou como uma empresa especializada na venda de livros raros.

  • Durante o século XIX, expandiu seu portfólio para incluir obras de arte, antiguidades e joias, consolidando-se como um nome importante no mercado de luxo.

Hoje, a Sotheby’s desempenha um papel fundamental no mercado global de arte e colecionáveis.

Quem pagaria R$35 milhões por uma banana?

O comprador foi Justin Sun, um empresário chinês conhecido por suas ações excêntricas, que se tornou bilionário depois de fundar uma plataforma de criptomoedas.

  • Em 2019, Sun pagou US$ 4,6 milhões para almoçar com Warren Buffett. Durante o encontro, ele presenteou Buffett com um telefone contendo Bitcoin e outras criptomoedas.

  • Em 2021, Sun ganhou outro leilão, pagando US$ 28 milhões (quase 200 milhões de reais) para ser o primeiro passageiro pagante a voar para o espaço no veículo espacial de Jeff Bezos. Detalhe: ele perdeu a viagem por um conflito de agenda.

Mas afinal, quem é Justin Sun?

Nascido em Pequim, em 1990, Sun fez seu mestrado na Universidade da Pensilvânia, uma das mais prestigiadas do mundo, onde também estudaram Donald Trump, Elon Musk e Warren Buffett.

Em 2017, ele fundou a TRON Foundation, uma plataforma de blockchain descentralizada para a distribuição de conteúdo digital.

O projeto atraiu investidores rapidamente e lançou sua criptomoeda, o TRX (Tronix). Em uma de suas jogadas mais ousadas, Sun comprou a BitTorrent, uma das maiores plataformas de compartilhamento de arquivos peer-to-peer do mundo.

Para Sun, essas aquisições não são apenas extravagâncias, mas investimentos estratégicos. Ele usa essas compras para:

  • Marketing e construção de marca pessoal: Suas ações geram mídia global.

  • Networking: Leilões de alto perfil o colocam em contato com colecionadores, artistas e investidores influentes.

  • Investimento em ativos: Peças icônicas como "Comedian" podem aumentar de valor.

Essas estratégias criam parcerias e oportunidades que rendem muito mais do que os 35 milhões de reais que ele pagou.

Conclusão

Cattelan não criou uma banana.
A Sotheby’s não vendeu uma banana.
E Justin Sun não comprou uma banana.

Quando se trata de negócios de luxo, o produto é o que menos importa. 

No final das contas, não é sobre qual produto, mas sobre com quem estamos fazendo negócios.

Pense grande.

Sandro San

Insights de uma Banana de R$35 Milhões e as Lições que Poucos Enxergam

Imagine vender uma banana presa à parede por 35 milhões de reais. Não é apenas absurdo, é genial.

Por trás dessa venda está um artista que entende como provocar o mundo e um comprador que sabe transformar extravagâncias em estratégias de longo prazo. Isso não é apenas arte, é um manual de negócios oculto.

Se você acha que o sucesso está no que você vende, está olhando na direção errada. O caso da banana de Maurizio Cattelan e Justin Sun é um exemplo perfeito de como percepções, posicionamento e narrativas moldam o valor. 

Não é sobre o objeto, mas sobre como ele é apresentado, para quem e em que contexto.

Aqui, destrinchamos lições práticas e provocativas que podem transformar a maneira como você pensa sobre vendas, marketing e construção de negócios. 

Vamos além do superficial e mergulhamos no que realmente faz a diferença.

1. O Valor Não Está no Produto, Mas na Percepção

Quando Cattelan colocou uma banana na parede com fita adesiva, ele não estava vendendo fruta ou fita. Ele estava vendendo uma ideia: a provocação de como o mercado de arte transforma algo trivial em algo extraordinário.

O que isso significa para você?

Se o que você oferece é “mais do mesmo”, ninguém vai notar.

Mas quando você cria uma história ou significado ao redor do seu produto, ele transcende sua função e passa a representar algo maior.

Um café pode ser só um café, ou pode ser o ritual que conecta pessoas pela manhã. Uma peça de roupa pode ser só tecido, ou pode ser o símbolo de status e identidade.

Venda o que as pessoas desejam sentir, não o que elas precisam comprar.

2. O Contexto Define o Preço

A mesma banana, se vendida numa feira ou supermercado, valeria centavos.

Na Sotheby’s, ela alcançou milhões. Por quê?

Porque o ambiente molda a percepção de valor.

Como aplicar isso?

Colocar seu produto no lugar errado ou comunicá-lo de forma equivocada pode ser fatal.

Pense em como você apresenta sua oferta: seu site, sua loja, até mesmo suas redes sociais precisam elevar a percepção de qualidade e exclusividade.

Não é só sobre o que você vende, mas sobre onde e como você se posiciona. O ambiente não apenas sustenta o valor; ele cria o valor.

3. Pessoas Compram Identidade, Não Produtos

Por que alguém pagaria milhões pela "Comedian"?

Não foi só pela obra, mas pelo que ela representava: o nome de Maurizio Cattelan, um artista provocador e reconhecido, que faz seus compradores se sentirem parte de algo maior.

O que isso nos ensina?

As pessoas compram para afirmar quem elas são ou quem querem ser. Pense em Apple, Tesla ou Gucci: não são apenas marcas, são símbolos. Isso significa que construir uma identidade forte para o seu negócio é essencial.

Como sua marca faz seus clientes se sentirem? 

Seja uma escolha que representa algo, não apenas uma transação.

4. Invista em Relacionamentos e Networking

Justin Sun não comprou a banana porque precisava dela. Ele sabia que a compra o colocaria em destaque no mundo da arte e dos negócios, conectando-o a colecionadores, investidores e outros influenciadores.

Por que isso importa?
Negócios não se sustentam apenas com vendas, mas com relacionamentos. Pessoas compram de quem elas conhecem, confiam e admiram. Construa conexões estratégicas, esteja em eventos importantes, participe de discussões relevantes. 

Networking não é um luxo; é o que diferencia os amadores dos grandes nomes.

5. O Marketing é uma Arte Poderosa

Cattelan sabia que colar uma banana na parede não seria suficiente. Ele precisava criar uma narrativa que gerasse polêmica e atenção.

E foi exatamente isso que aconteceu: memes, debates, manchetes globais.

O resultado? A obra se tornou inesquecível.

O que você pode aprender?

Marketing não é só sobre informar; é sobre provocar, entreter e fazer as pessoas prestarem atenção.

Muitas vezes, o que gera vendas não é o produto, mas a história que você conta sobre ele. Ouse ser diferente. Seja criativo e, acima de tudo, impactante. 

Marcar presença na mente das pessoas é o primeiro passo para transformar curiosidade em conversão.

Conclusão: Transforme o Comum no Extraordinário

A banana de R$35 milhões é um lembrete poderoso de que negócios são menos sobre o que você vende e mais sobre como você vende. Não é sobre o objeto ou serviço, mas sobre a percepção, o contexto, a identidade e a estratégia.

No mundo dos negócios, assim como na arte, as regras não são fixas.

  • Quer vender mais? Posicione melhor.

  • Quer impactar? Construa significado.

  • Quer se destacar? Invista no que as pessoas sentem, não no que elas precisam.

O que estou lendo

Essa semana resolvi me desligar mais das redes sociais e estou relendo pela 3⁠ª vez o livro O Pensador Completo: A Mente Maravilhosa de G.K. Chesterton.

Chesterton é um pensador que incomoda porque não aceita respostas fáceis. Ele não se conforma com a visão de mundo "racional" que ignora a beleza, a imaginação e o mistério.

Para ele, as ideias que movem a sociedade moderna — o materialismo, o individualismo extremo e a idolatria da ciência — são não apenas insuficientes, mas destrutivas.

Ahlquist, um dos maiores estudiosos de Chesterton, nos guia por um labirinto de ideias, mostrando como o autor usava o paradoxo e o humor como armas para desmontar ideologias falidas e construir uma visão mais rica e humana do mundo.

Ler Chesterton é aceitar um convite para pensar diferente, para ver além das aparências e para resgatar uma visão de mundo que não tem medo de ser profunda e significativa.

Recomendo a leitura.

Frase do dia:

“Pegue R$ 1.000,00 emprestado com alguém
E VOCÊ será escravo dele.
Pegue R$ 1.000.000,00 e você será seu dono.

Autor desconhecido

📧 Sobre o Milionário Renegado

O Milionário Renegado é uma newsletter semanal sobre desenvolvimento pessoal, marketing e negócios.

Nosso propósito é simples: ajudar empreendedores ousados a dominar seu destino, construir impérios e deixar sua marca, sem pedir permissão a ninguém. 

Aqui, acreditamos em negócios feitos sob os seus próprios termos – que garantem liberdade financeira, de tempo e de pensamento. 

Enquanto os outros se prendem aos manuais, nós os queimamos e os reescrevemos.  Onde a maioria vê obstáculos, nós enxergamos oportunidades. Onde veem lixo, nós transformamos em ouro.

Somos outsiders. Não seguimos o caminho que todos seguem, nem acreditamos que repetir fórmulas desgastadas leva ao sucesso. Criamos nossas próprias regras e adotamos estratégias incomuns – às vezes impopulares, mas sempre imbatíveis.

Somos antifrágeis. Não temos medo de contrariar expectativas, explorar o desconhecido ou desafiar a mediocridade alheia. Pelo contrário, nós prosperamos no caos e na incerteza.

Desafiamos o status quo para alcançar o que a maioria acredita ser impossível. Acreditamos que agora mais do que nunca, o mundo precisa de pensadores ousados e contra-intuitivos.

Uma nova edição é enviada todos os domingos. 

Nossos tópicos abrangem a criação de novas fontes de renda, riqueza geracional, investimentos, marketing digital, economia comportamental, psicologia, filosofia e uma abordagem não convencional de dinheiro e negócios.

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